PM sai da USP, mas o impasse mantém greve
A USP amanheceu ontem sem PMs e sem piquetes de funcionários. O avanço nas negociações, no entanto, parou por aí: a reunião entre reitores de USP, Unesp e Unicamp e representantes de servidores, professores e alunos três universidades públicas de São Paulo acabou sem acordo.
Os reitores apenas repetiram a proposta já feita de reajuste salarial de 6,05% – para repor a inflação do último ano. Os grevistas cobram aumento de 16% e um valor extra de R$ 200. A reportagem apurou que os reitores consideram inviável aumentar o percentual de reajuste oferecido, uma vez que o comprometimento com a folha de pagamento já é considerado alto. Estariam dispostos apenas a atender reivindicações laterais, como por exemplo reajustes no vale-refeição.
Após a reunião, que durou cerca de três horas, funcionários chegaram a defender, em discurso em um carro de som na USP, uma nova invasão da reitoria (em 2007 o prédio ficou ocupado por 50 dias). A questão será discutida hoje, em uma assembleia de funcionários.
“Ainda não existe deliberação sobre isso, mas tem muita gente levantando essa hipótese”, afirmou Magno de Carvalho, diretor de base do Sintusp (Sindicato dos trabalhadores da USP). Para Otaviano Helene, da Adusp (Associação dos Docentes da USP), a reunião não representou avanço para as negociações. Ontem, professores e estudantes da USP também realizam assembleias para discutir o movimento.
Por meio de uma nota, a reitoria afirma que manteve a proposta de aumento salarial, demonstrando “novamente o compromisso de recomposição dos salários, ao mesmo tempo em que garante os recursos mínimos para o funcionamento das universidades”.
A reunião de ontem foi a primeira entre o Cruesp (Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) e o Fórum das Seis -entidade que representa funcionários, docentes e alunos de USP, Unesp e Unicamp – desde 18 de maio, quando a negociação começou. Enquanto reitores e grevistas conversavam, do lado de fora da reitoria da USP foi realizado um ato, com cerca de 300 pessoas das três universidades.
Com a presença da PM no campus, desde 1º de junho, professores e estudantes decidiram aderir, em 5 de junho, à paralisação iniciada pelos funcionários em 5 de maio. No dia 9, um confronto entre policiais e grevistas deixou dez feridos. A reitoria afirmou que a polícia estava no campus para evitar bloqueios a prédios
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